A
pauta de reivindicações do conjunto do funcionalismo deve ser respondida até o
carnaval. Essa foi a garantia dada pelo secretário de Relações do Trabalho do
Ministério do Planejamento e Gestão (MPOG), Sérgio Mendonça, e pelo chefe de
gabinete da secretaria executiva da pasta, André Ducar, na tarde de
quarta-feira (5), na reunião que eles tiveram com as entidades representativas
de servidores.
A
reunião foi o resultado do primeiro ato nacional do conjunto do funcionalismo,
que se concentrou desde o início da manhã em frente ao ministério, no bloco K
da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os representantes do governo ainda
disseram que tentariam articular uma audiência com a ministra da pasta, Mirian
Belchior. Sentar frente a frente com uma das ‘chefes’ do cofre era a intenção
dos servidores já neste ato, e foi repetida em diversas falas no caminhão de
som e em palavras de ordem que foram cantadas ao longo das quase cinco horas de
manifestação. “Este ato foi resultado de um esforço das várias entidades
nacionais de trazer um recado e uma cobrança à presidente Dilma: é preciso negociar!
Se não o fizer, vai jogar querosene em uma categoria que está em ponto de
ebulição”, avaliou Adilson Rodrigues, diretor da Federação Nacional dos
Servidores do Ministério Público e Poder Judiciário (Fenajufe) e do Sintrajud/SP.
Representando
a Fenajufe, uma das 13 entidades nacionais que integraram a comissão que foi
negociar, Adilson disse que foi pedida a audiência com a ministra e criticou o
fato de os representantes do governo na reunião “não terem poder de
deliberação”. Ele relatou que foi dado um alerta ao governo para que “não
demore em abrir negociação direta com os federais, para não ser surpreendido
com grandes manifestações”.
‘Da
Copa eu abro mão’
“Da
Copa eu abro mão, quero dinheiro para saúde e educação”. Essa foi uma das palavras
de ordem mais cantadas ao longo do ato. Também esteve presente em faixas de
diferentes segmentos do funcionalismo, que exigiam “serviços públicos padrão
Fifa”. O grande mote desta campanha salarial é justamente a crítica aos gastos
com a construção de estádios enquanto a população enfrenta o caos pela
precariedade de serviços públicos.
Durante
as falas no carro de som, representantes das entidades nacionais afirmaram:
“Vai haver luta na Copa”. Saulo Arcangeli, da direção da Fenajufe, lembrou que
em 2012 o governo também não queria negociar com o funcionalismo, cuja
mobilização começou com um ato semelhante ao que ocorreu nesta quarta.
“Terminamos [aquele] ano com uma grande greve do funcionalismo e Dilma teve que
recuar. Este ano não vai ser diferente, e a gente vai fazer luta na Copa”.
“Foi
só o começo”
Servidores
do Judiciário Federal, presentes no ato, avaliaram que ter conseguido uma
reunião com representantes do governo foi positivo, mas será preciso mais
mobilização para que as reivindicações sejam atendidas. “Foi um bom início,
teve uma boa participação e conseguimos uma primeira reunião. Na outra
campanha, tivemos que fazer algumas marchas para sermos recebidos [pelo
governo]. Essa falta de compromisso [do Executivo] demonstra a necessidade de
intensificar a luta, até por que, as respostas [dadas na reunião] foram
evasivas”, avaliou Inês Leal de Castro, diretora da Fenajufe e do Sintrajud.
Opinião semelhante tem Tarcísio Ferreira. Para ele foi um passo importante para
instalar uma mesa de negociação com representantes das categorias. “Esperamos
conseguir desdobrar isso ao longo dos próximos meses”, disse.
Negociação
só depois de pressão
Em
meio a palavras de ordem e as faixas exigindo respeito à data-base, política
salarial permanente e paridade entre aposentados e ativos, os servidores
tiveram que se aglomerar em frente à entrada do MPOG para conseguir a reunião.
Eles exigiam ser recebidos pela ministra Mirian Belchior. Denunciaram, em
vários momentos, que os representantes da Fifa são recebidos diariamente pelo
ministério. Faltavam dez minutos para o meio dia, quando uma orientação veio do
carro de som: “Se o ministério não receber as entidades, vamos todos nos
concentrar em frente à entrada do prédio”, o que praticamente fecharia a porta
principal do ministério. Depois que isso aconteceu, veio a confirmação de que
as entidades nacionais seriam recebidas.
LutaFenajufe Notícias
Por Caê Batista, enviado a Brasília
Por Caê Batista, enviado a Brasília
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