Nesta
quarta-feira, 10 de maio, assunto será discutido em reunião no Sindicato dos
Bancários, no Centro de São Luís
As centrais
sindicais, reunidas na tarde dessa segunda-feira (8), decidiram marcar a data
do “Ocupe Brasília” para o dia 24 de maio. Apoiadas na disposição de luta dos
trabalhadores brasileiros, que se refletiu na força da Greve Geral de 28 de
abril, a ideia é avançar na mobilização nacional para barrar as contrarreformas
da Previdência e Trabalhista e revogar a Lei das Terceirizações.
Inicialmente a grande marcha estava agendada para a semana entre 16 e 20 de
maio, mas foi adiada para garantir que o ato aconteça na data prevista para a
votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 – da contrarreforma
da Previdência - em primeiro turno na Câmara dos Deputados.
Em circular encaminhada nessa segunda às secretarias regionais e seções
sindicais, a diretoria do ANDES-SN ressalta que o Sindicato Nacional “vem se
empenhando na construção e efetivação das grandes mobilizações da classe
trabalhadora contra o conjunto de ataques desferidos pelo ilegítimo governo
Temer”.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, destaca que é fundamental que as seções
sindicais e secretarias regionais envidem esforços para a realização de uma
grande Marcha a Brasília, em articulação com as demais entidades e movimentos
sociais nos estados. A presidente do ANDES-SN informa, ainda, que, seguindo os
critérios, poderão solicitar recursos do Fundo Único.
Carta do Fonasefe às Centrais
Nessa segunda-feira (8), o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores
Públicos Federais (Fonasefe) enviou uma carta aberta às Centrais Sindicais, na
qual destaca a necessidade de construção de uma nova greve geral para barrar os
ataques do governo Temer. Confira aqui o documento.
Eblin destaca que o
ANDES-SN, que faz parte do Fonasefe, avalia como positiva essa carta às
Centrais. “A greve geral do dia 28 de abril foi um sucesso, foi um passo a
frente na organização dos trabalhadores e que pressionou o governo. É
necessário resistir agora com maior intensidade e por isso, avaliamos como
necessário convocar uma greve geral de 48 horas”, comentou.
Mobilização
Durante as duas próximas semanas, as centrais sindicais definiram um intenso
calendário de mobilização para marcar o maio de lutas. Nessa semana, a
diretores nacionais do ANDES-SN, junto com representantes das seções sindicais
da Comissão Nacional de Mobilização estão realizando atividades no Congresso
Nacional.
Entre 8 e 12 de maio, as entidades encaminharão à Brasília comitivas de
dirigentes sindicais para atividade no Congresso Nacional, com o objetivo
de dialogar com os deputados e senadores sobre os efeitos negativos das
contrarreformas. Além disso, realizarão atividades nas bases sindicais, com
panfletagens, assembleias, entre outras, como manifestações nos aeroportos e
nas bases eleitorais dos deputados e senadores para denunciar os parlamentares
que estão votando favoráveis às medidas, que atacam os direitos dos
trabalhadores, e, ainda continuar esclarecendo a população sobre as
contrarreformas do governo Temer.
Nessa segunda-feira (8), servidores públicos da base da Federação Nacional dos
Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência
Social (Fenasps) ocuparam o prédio do Ministério da Previdência, em Brasília,
em ato contra a reforma previdenciária.
A mobilização das entidades sindicais terá continuidade na semana de 15 a 19 de
maio, com vigília, no dia 17, no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, às 10 horas e
pressão junto aos parlamentares no Congresso Nacional. Nesta semana, haverá
categorias de trabalhadores do campo e da cidade, movimentos sociais e
estudantil realizando atividades permanentes na capital federal.
No dia 24 de maio, a ocupação de Brasília terá caravanas de todo país para
realizar uma grande manifestação contra a retirada de direitos trabalhistas e
previdenciários.
Restrição ao acesso no Congresso
O Congresso Nacional amanheceu, nessa terça-feira (9), cercado por grades que
limitam o acesso a Casa apenas aos trabalhadores do local e aos parlamentares.
A restrição foi uma solicitação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM/RJ), na tentativa de barrar o público, que veio à Brasília acompanhar
as atividades legislativas.
Na última sexta (6), a diretoria geral da Câmara divulgou uma nota comunicando
que o acesso do público externo à Câmara dos Deputados ficaria restrito na
terça (9) e na quarta-feira (10) e impondo uma série de outras limitações de
entrada ao Congresso Nacional, como a suspensão da visitação institucional e a
solicitação de transferências de data das reuniões de lideranças partidárias
localizadas no Anexo II da Câmara.
”A ação do governo, articulada com o judiciário e parte da polícia para fechar
o acesso ao Congresso Nacional, demonstra a sua total insensibilidade aos
anseios dos trabalhadores e ao diálogo. Mais uma vez, esse governo mostra sua
truculência e a sua disposição de colocar em prática a agenda financeira em
favor do Capital”, avaliou a presidente do Sindicato Nacional.
Tramitação da PEC 287/2016
Durante essa terça-feira (9), a Comissão Especial da Câmara dos Deputados que
analisa a PEC 287/2016, iniciou a votação dos dez destaques ao substitutivo do
relator, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). O texto-base já foi aprovado na comissão na última
quarta-feira (3). Após a votação dos destaques, a PEC 287/2016 seguirá
para apreciação no Plenário da Câmara.
Como pode alterar aspectos da Constituição Federal, uma PEC deve passar por um
processo legislativo mais rigoroso que o de outros projetos de lei, exigindo, no
mínimo, oito aprovações, sendo quatro votações de quórum elevado (3/5), duas na
Câmara e duas no Senado, com intervalo de cinco sessões entre uma e outra
votação.
A primeira votação no Plenário da Câmara está prevista para o dia 24 de maio.
Para ser aprovado, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em cada
uma das votações.
Se aprovada nos dois turnos, a proposta seguirá para apreciação na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que dará parecer sobre todos os seus
aspectos. Para que sejam propostas emendas ao texto, a Comissão deve ter a
assinatura de pelo menos um terço do Senado. Existe ainda a possibilidade de
criação de uma comissão especial, também no Senado, para apreciação da
proposta.
No caso da PEC 287 ser votada apenas pela CCJ e aprovada, ela seguirá então
para o Plenário, que abre prazo de cinco sessões para discussão. Na Casa, a
matéria também deve passar por duas votações e receber apoio de pelo menos 3/5
dos senadores, ou 49 votos.
Caso os senadores promovam alguma alteração no texto, ele deverá voltar para a
Câmara para que os deputados possam votá-lo novamente. Se houver novas
alterações na Câmara, a proposta retorna ao Senado – e assim sucessivamente até
que o mesmo texto seja aprovado nas duas Casas. Só então é que a PEC é
publicada, passa a valer e entra para o texto da Constituição Federal.
PEC Fatiada
Por poder permanecer em um efeito ‘ping-pong’, sendo aprovada em uma Casa e
alterada em outra, uma PEC pode ser “fatiada”, sendo promulgada apenas a parte
que teve concordância entre as duas Casas. Desse modo, reinicia-se a tramitação
somente do texto alterado da proposta na próxima sessão legislativa ou, em
outras palavras, no ano seguinte.
AÇÃO
NOS ESTADOS
Para assegurar uma
grande atividade no dia 24 em Brasília, os estados devem articular seus fóruns
e suas ações unificadas para garantir impacto tão grande ou superior à Greve
Geral do dia 28.
Para isso, no
Maranhão, as reuniões que possibilitaram uma greve geral de grande impacto no
Estado já serão retomadas para o novo calendário de lutas. Dessa forma,
acontece, nesta quarta-feira, 10, no Sindicato dos Bancários (rua do Sol,
Centro de São Luís), às 18h, nova Plenária Ampliada de sindicatos, movimentos
sociais e da Juventude, construindo a participação no #OcupaBrasília: todos
podem e devem participar.
Notícias do Andes,
com informações da Anajustra e da Apruma e Sinasefe Monte Castelo